ABSTRACT
O abuso de substâncias psicoativas pela mulher no período pré-natal tem chamado a atenção para a necessidade de práticas de cuidado materno-neonatal que sejam culturalmente competentes. Desta forma, este estudo teve como objetivo relatar limitações e potencialidades de cuidado transcultural ao binômio mãe usuária de álcool ou outras drogas e seu neonato, observadas no dia a dia da maternidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória, descritiva, com perspectiva etnográfica sobre o cuidado prestado ao binômio mãe usuária de álcool ou outras drogas e seu neonato, realizada entre 2018 e 2020 em maternidades. Os dados foram obtidos por meio de observação participante e entrevistas às puérperas e profissionais de saúde, discutindo-os à luz da Teoria de Madeleine Leininger. As limitações e potencialidades do cuidado focaram no acolhimento, na comunicação entre os profissionais e as pacientes, na identificação de sinais de dependência e abstinência na puérpera, nas orientações em saúde e na rotina de avaliação neonatal. A compreensão cultural e o vínculo etnográfico permitiram uma relação de confiança, de busca de conhecimento e de construção coletiva para o efetivo cuidado culturalmente congruente frente às limitações encontradas.
The abuse of psychoactive substances by women during the prenatal period has called attention to the need for culturally competent maternal-neonatal care practices. Thus, this study aimedto report limitations and potentialities of cross-cultural care to the binomial mother who uses alcohol or other drugs and her newborn, observed in the daily life of the maternity ward. It is qualitative research of exploratory, descriptive nature, with ethnographic perspective on the care provided to the binomial mother who uses alcohol or other drugs and her newborn, conducted between 2019 to 2020 in maternity hospitals. The data were obtained through participant observation and interviews to puerperae and health professionals, discussing them in the light of Madeleine Leininger's Theory. The limitations and potentialities of care focused on the reception, communication between professionals and patients, identification of signs of dependence and abstinence in puerperae, health guidelines, and routine neonatal evaluation. The cultural understanding and the ethnographic bond allowed a relationship of trust, search for knowledge, and collective construction for the effective culturally congruent care in face of the limitations found.